quinta-feira, 7 de abril de 2011

Rosas cálidas

Nota do infeliz dono deste blog: Desde a questão do Egito, vi que grande parte dos meus amigos blogueiros começaram a postar textos sérios, retratando a triste realidade de forma direta e cruel, como ela é. Eu nunca quis falar nada disso, até porque nunca me importei com a grande maioria dessas questões (vide nome do blog), mas achei que eu deveria escrever algo. O que aconteceu hoje, no dia sete de abril de 2011, me atingiu profundamente. Não que seja a primeira vez que isso tenha acontecido, mas antes eu não escrevia, dessa vez não vou deixar passar.

Rosas Cálidas

Pensem nas crianças, na rosa. Na rosa. Na rosa com gatilho. Na rosa venenosa, com seis pétalas mortais. Destas, caem uma a uma, de forma que caiam também os anjos. O dia ainda nem acabou, mas o número de anjos decaídos aumenta. Doze é o número atual, às 12, quantos terão caído?

Quando eu era pequeno, minha mãe me dizia que toda criança é um anjo. Pura, sem maldade no coração, que age inocentemente de acordo com aquilo que sente. Hoje, eu digo pra minha mãe que o mundo envelheceu, pois há muito perdeu a sua pureza. Deixou de ser bobo, passou a ser cruel. Simplesmente porque pensa que alguns assuntos, tipo o lucro máximo, sempre, são coisas de adultos e que para tratar deles, é preciso crescer.

A troco de quê? Eu me pergunto. A troco de criar rebeldes suicidas capazes de tirar a vida de inocentes, enquanto os responsáveis pela desgraça se mamam em dinheiro? A troco de beber do sangue de meninas de menos de quinze anos?

Se esse é o elixir da vida de vocês, eu prefiro morrer. Prefiro não crescer. Prefiro continuar agindo inocentemente, que é o que falta para o resto do mundo. Ser bobo. Acreditar demais, esperar demais. SONHAR DEMAIS, PORRA. Fazer demais, fazer o que sinto, sem hesitar. Dar birra, perdoar no momento seguinte. Ser sincero e falar a verdade. Acreditar que cada pessoa tem algo bom a oferecer. Não acreditar na maldade das mesmas. Não suspeitar. Ter medo do escuro. Morrer pelo erro dos outros.

Morrer porque eles têm medo de tentar. Medo de se frustrarem, porque vivem num mundo perfeito, regido por leis que não servem de desgraça alguma, leis que não favorecem vocês. A TV dá a notícia de 12 crianças mortas agora, mas se o preço da gasolina pegar R$ 3,10 amanhã será a única notícia dada. A real é que estão pouco se fodendo pra quem morreu, querem propaganda, divulgações, dinheiro.

Eu queria ser criança, pra não enxergar toda essa babaquice. Queria ser criança, pra viver um dia de cada vez, sem ter o medo de ir à aula amanhã. Ser criança pra não entender o que é a morte.

Um simples fato que acaba com a vida de todos, de uma hora pra outra. A morte, traiçoeira e rasteira, que no meio de uma tarde de quinta-feira faz um arrastão. Hoje foram elas, amanhã serei eu, no outro dia, vocês.

E aí, querem morrer como os hipócritas que vocês são hoje ou não?




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